segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

MOVIMENTO CULTURA VIVA NA LUTA PARA BANDALARGAR AS ALDEIAS BRASILEIRAS

“Com a internet o ponto mais distante do mundo, é alí,
por isso, é preciso alargar as bandas”.
Lu Cachoeira

Aproveitando as tecnologias digitais de informação e comunicação, com propagação via internet, criamos o BLOG REDE @ TERREIRO CULTURAL, com o endereço, http://luterreirocultural.blogspot.com, interagindo com BLOG LuTa & PraZer, com endereço, http://lutaprazer.blogspot.com, para socializar um conjunto de informações sobre a desafiadora experiência de política cultural não governamental, que, de ponto a ponto, a agulha da utopia vai tecendo a rede que ampara a permanente subversão cultural e politica, que apropria-se das tecnologias de comunicação cibernetizadas, para ligar as aldeias locais com as aldeias globais.

Gilberto Gil, tá cantado para despertar as aldeias e províncias brasileiras se bandalargarem.

Se ligue na mensagem que propagamos na primeira oficina da ação cultura digital, ocorrida em Aracaju-Se, no período de 19 a 23 de agosto de 2005, acione o PLAY.

domingo, 4 de janeiro de 2009

ABRINDO A JANELA DA TV PÚBLICA PARA MOSTRAR A DIVERSIDADE CULTURAL

DO CORREIO NAGÔ VIA SATÉLITE PARA AS JANELAS DAS TV's PÚBLICAS.

Durante a oficina de produção audiovisual de Pontos de Cultura da Bahia, para TV's Publicas Brasil/Radiobrás e Educativa da Bahia, organizada e financiada com recursos obtidos do Premio Escola Viva, conquistado pela Rede Terreiro Cultural, contando com apoios da TV Brasil/Radiobrás e da DIMAS – Diretoria de Multimídia vinculada ao Instituto de Radiofusão da Bahia, foram produzidos oito vídeos, que estão sendo exibidos nas TV's Brasil e Educativa da Bahia.

Essa oficina realizada no período de 17 a 21 de abril de 2008, em Cachoeira – Bahia, contou com as seguintes participações: Cineclube Papa Jaca de Santo Antonio de Jesus, Ponto de Cultura Centro de Referencia da Infância e Adolescência, Casas Brasil de Aguas Claras e Liberdade, Cineclube do Centro Educacional Rômulo Galvão de São Felix, Cineclube da Universidade Estadual de Feira de Santana, Kabun/CIPÓ, Fundação Dom Avelar de Acupe/Santo Amaro, Ponto de Cultura Ciberparque de Irecê, Grupo Raízes do Recôncavo, alunos do Curso de Cinema da Universidade Federal do Recôncavo, Centro de Educação e Cultura do Vale do Iguape e TV comunitária da APAEB/Valente, Ponto de Cultura Ciranda Cultural de Lençóis, Cineclube Rede Terreiro Cultural e Pontão Digital da Universidade Estadual da Bahia, e suporte de dois oficineiros do Coletivo Catarse do Rio Grande Sul.

TERREIRO CULTURAL EM REDE COM A TV BRASIL

REDE TERREIRO CULTURAL COMPARTILHA CRIAÇÃO E PRODUÇÃO
DE FILMES PARA PROGRAMA DE TELEVISÃO PONTO BRASIL

Enquanto os tambores rufam, vamos alinhavando o tecido da comunicação nagô virtual do Ponto de Cultura Rede Terreiro Cultural, que em breve se transformará no Pontão Digital Audiovisual do Recôncavo Baiano.

Entre o final do mês de janeiro e inicio de fevereiro de 2009, estará acontecendo no Recôncavo Baiano, a produção colaborativa de alguns vídeos para serem exibidos no Programa Ponto Brasil, da TV Brasil, no formato de interprogramas de um a três minutos, envolvendo cem Pontos de Cultura em todo pais, onde, o Terreiro Cultural faz parte dos quatros Pontos de Cultura da Bahia, responsáveis em articular a primeira experiencia utilizando a metodologia de criação e produção compartilhada.

No primeiro entendimento entre os Pontos de Cultura da Bahia, a DIMAS e representantes do programa Ponto Brasil, ocorrido em Salvador, nos dias 15 e 16 de dezembro de 2008, o Terreiro Cultural esteve representado por Fábio Batista, Lu Cachoeira, Elielson Barbosa e Talita, onde, alguns temas como: animais, presente, brincadeira e transitório, foram apontados como de interesse para a Rede Terreiro Cultural, contextualizar, associado a conteúdos protagonizados nas ações que estão sendo realizadas, dando visibilidade à sabedoria das mestras e mestres dos saberes, que formam o elenco da ação Griôs Memoria Viva no Terreiro, com perspectiva de ampliação para envolver outros parceiros como jovens que atuam na comunidade do Acupe, através da Fundação Dom Avelar, que estão sendo capacitados para produção audiovisual com software livre.

Para viabilizar a produção dos interprogramas estamos utilizando site www.pontobrasil.com.br , que pauta os temas e orienta o uso de ferramentas auxiliares para o processo de produção colaborativa via online (internet), combinando com oficinas de realização, desenvolvendo roteiros dos seguintes temas: animais, presentear, brincadeiras, cicatriz, culpa, transitório, estar à toa, fronteira e terra.

ATRAVÉS DO AUDIOVISUAL MESTRAS DOS SABERES EXPÕEM CONHECIMENTOS

Aproveitando essa iniciativa do Ponto Brasil, o núcleo de produção audiovisual e Cineclube da Rede Terreiro Cultural, já desencadeou articulações com o Centro de Educação e Cultura do Vale do Iguape; a Griô e Ialorixá Juvani Nery Viana, do Terreiro de Candomblé 21 Aldeia de Mar e Terra e mulheres apicultoras quilombolas, para produção de interprogramas com o desenvolvimento do tema animais; abordando a relação das mulheres com as abelhas no processo de produção do mel, no ambiente de apicum, manguezais, plantio de dendê e cana de açúcar, contextualizando com a amarga trajetória escravista dos seus ancestrais e a conquista de uma doce vida cuidando das rainhas abelhas.

Com o tema transitório, pretendemos reconstituir a história dessas comunidades localizadas nas margens das ruínas dos antigos Engenhos de Açúcar, tomando como base as narrativas das manifestações de entidades espirituais de escravos, vistas pelas pessoas que sobrevivem nesses espaços e procuram a Ialorixá Juvani Nery Viana para dialogar com essas entidades, mensagens essas passadas dos transes mediúnicos da sacerdotisa do culto afro do Caonge, que dá referencia para a reconstituição da cruel história vivida nos entornos dos ex-engenhos e senzalas.

Na cidade de Cachoeira, o tema presentear será focalizado, através da Griô, Irmã da Confraria da Boa Morte, Ialorixá do Terreiro Ilê Axé Itaylê, Narcisa Cândida da Conceição conhecida como Mãe Filhinha, com seus 105 anos de idade, com toda vitalidade dos sentidos liderando com zelo as obrigações desse espaço sagrado, na Baixa da Olaria, em Cachoeira. A sabedoria da centenária Griô, vai mostrar o seu entendimento e significado sobre as oferendas ou presentes à Iemanjá - Rainha das Águas, depositado no Rio Paraguaçu, nas imediações próximo à Pedra Rachada, abaixo da Barragem Pedra do Cavalo, a cada 2 de fevereiro.

Durante a produção dos interprogramas dialogaremos com vários atores sociais que protagonizam o cotidiano das questões em foco, otimizando os saberes e conhecimentos desses sábios populares, que fazem parte da Ação Griô “Memoria Viva no Terreiro”, que também serão utilizados na ação Escola Viva, interagindo com professoras(os) e colégios parceiros.

DO CIDADÃO CALOLÉ AO CIDADÃO QUILOMBOLA NA ROTA DA LIBERDADE.

A experiencia de 21 anos de trabalho da Organização Não Governamental CEPASC – Centro de Estudo Pesquisa e Ação Sócio Cultural, no municipio de Cachoeira, contribuiu para a elaboração e implementação do projeto integrado de agricultura, apicultura e pesca artesanal, como também o resgate, valorização e difusão das manifestações da cultura tradicional, como forma de estimular a organização comunitária das populações afrodescendentes remanescentes do período escravista que serviram de mão de obra para mover o plantio da cana de açúcar e sua transformação nos Engenhos localizados na Bacia do Iguape, no Recôncavo da Bahia.

A ROTA DA LIBERDADE UMA VIA PARA O TURISMO ÉTNICO ECOLÓGICO

Nesse fértil ambiente de massapê, o Ponto de Cultura Rede Terreiro Cultural, através das ações: agentes jovens cultura viva que compõem a companhia de dança afro dirigida pelo coreografo e militante politico comunitário Ananias Nery Viana; ação griô com a Ialorixá Juvani Nery Viana, do Terreiro de Candomblé 21 Aldeia de Mar e Terra, da comunidade quilombola do Caonge, concebeu a possibilidade da construção do projeto de turismo étnico ecológico, batizado de "Cidadão Quilombola na Rota da Liberdade", explorando as potencialidades históricas do legado cultural afrobarroco; da convivência e desenvolvimento desses grupos humanos, através do extrativismo dos manguezais; da culinária com as deliciosas moquecas de peixes, mariscadas, carurus e outros petiscos temperados com azeite de dendê, alem das manifestações de samba de roda, capoeira, esmola cantada e outra expressões artísticas tradicionais.

PREMIO CULTURA VIVA RECONHECEU TECNOLOGIA SOCIOCULTURAL EM REDE

O sucesso dessas ações, com aplicação de metodologias com base no planejamento estratégico participativo, foi objeto de reconhecimento como proposta semifinalista no concurso nacional em 2006, do Premio Cultura Viva, na categoria tecnologia sociocultural, apresentado pelo CEPASC. Essa iniciativa do Ministério da Cultura, com patrocínio da Petrobras que contou com 1.532 inscrições, vindas de 517 municípios brasileiros.

Na condição de assessor técnico e militante politico cultural, Lu Cachoeira ressalta que: “a origem dessa práxis sociocultural e politica nas comunidades tradicionais na Bacia e Vale do Iguape, teve como ponto de partida no ano de 1990, a implementação do Projeto Cidadão Calolé, numa área de terra de aproximadamente 40 hectares, envolvendo media de 20 agricultores familiares das localidades do Calolé e Imbiara, com o plantio consorciado em regime de trabalho coletivo, e mais outros produtores com plantações na comunidade do Engenho da Ponte. Esse projeto contou com a coordenação e assistência técnica e comunicação rural, de agrônomos do CEPASC, e especialistas em apicultura da AAR - Associação dos Apicultores do Recôncavo, com financiamento da Prefeitura Municipal de Cachoeira, na gestão do popular Salu, que assegurava o suporte da verticalização da cadeia produtiva até à comercialização coletiva, garantindo a geração de trabalho e renda, vale ressaltar que nessa época não existia disponibilidade de PRONAF – Programa Nacional de Agricultura Familiar”.

COMUNIDADES ORGANIZADAS CONQUISTAM UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE MEL

NOVOS PARCEIROS COM AÇÕES DE RESPONABILIDADES SOCIAIS
Financiada pela Votorantim, como ação de responsabilidade social compensando os impactos ambientais provocados pela implantação e funcionamento da Usina Hidrelétrica de Pedra do Cavalo, o IEBNS – Instituto Brasileiro de Educação em Negócios Sustentáveis, vem capacitando os agentes jovens dessas comunidades para se apropriarem da oportunidade de exploração da potencialidade do turismo étnico ecológico e consolidação da infra estrutura para a verticalização da cadeia produtiva da apicultura.

A partir do resultado do estudo de mercado dos produtos locais, realizado pelo IBENS com a participação dos produtores e produtoras, a produção do mel e sua verticalização, destacou-se com potencial mercado, desde que fosse implantada uma estrutura de beneficiamento do mel e outros derivados, com a certificação para comercialização. Diante desse diagnostico a Votorantim está financiando a construção de uma unidade de beneficiamento do mel, nos padrões exigido para certificação de industrialização fornecida pelo Ministério da Agricultura.

Essa unidade apícola esta sendo construída no terreno adquirido pela Associação dos Apicultores do Recôncavo, com recursos repassados pela FUNDIPESCA, como remuneração dos serviços de assistência técnica, envolvendo a instalação de um entreposto comercial localizado num ponto estratégico, na margem da estrada, critério esse que definiu a aquisição do terreno na Comunidade da Formiga, na estrada BA que liga Cachoeira a Santo Amaro.

COOPERATIVISMO & GESTÃO COMPARTILHADA

Conforme filosofia associativista no grau cooperativista do projeto, a gestão desse equipamento deverá ser feita através de um colegiado envolvendo a Associação dos Apicultores do Recôncavo, Conselho das Comunidades Quilombolas de Cachoeira, CEPASC, IBENS, e demais parceiros comprometidos com a auto-sustentabilidade desse projeto, apontando a expansão da cadeia produtiva apícola para o Território de Identidade do Recôncavo, associado a outras iniciativas cooperativadas no Estado da Bahia, que garanta qualidade e regularidade com escala na produção, condição básica para conquistar o mercado de exportação.

LUTA TRABALHO E AGRADECIMENTO AOS SANTOS ORIXÁS


O Projeto Integrado de Agricultura, Apicultura e Pesca Artesanal, concebido pela parceria do Centro de Educação Cultura do Vale do Iguape, Centro de Estudo Pesquisa e Ação Sócio Cultural, FUNDIPESCA, Associação dos Apicultores do Recôncavo e apoio da equipe do Projeto Paraguaçu – Extensão Universitária da Faculdade de Educação da UFBA, e financiado em 2005 pelo Fundo de Combate à Pobreza do Estado da Bahia, viabilizou aquisição de apetrechos de pesca artesanal, custeio agrícola, investimentos para apicultura e embarcações de fibras motorizadas, e compra de imóvel através do Conselho das Comunidades Quilombolas de Cachoeira, para instalação do entreposto comercial e centro de capacitação para pescadores, apicultoras e agricultores, que fica localizado no porto da comunidade de São Tiago do Iguape, na antiga Casa do Povo.


As festividades de inauguração foram feitas com rigor da religiosidade do candomblé, com um cortejo da Companhia de Dança Afro do CECVI, acompanhado por: filhas e filhos de Santo, da Griô e Ialorixá Juvani Nery Viana, pescadores, representantes das instituições parceiras, conduzindo presentes de agradecimentos a Iemanjá – Rainha do Mar, através das embarcações conquistadas pelo referido projeto, conforme visto no breve registro audiovisual, utilizando uma câmara fotográfica digital.

TECENDO A REDE DO TERREIRO CULTURAL NASCE O PONTO DE CULTURA “EXPRESSÃO DE CIDADANIA QUILOMBOLA”.


A relação de compartilhamento entre os atores que compõem a Rede Terreiro Cultural, escolheu como Griô/Mestra do Saber, a professora, Ialorixá e líder quilombola da Comunidade do Caonge - Juvani Nery Viana, que, junto com o coreógrafo de dança afro Ananias Nery, e assessoramento de Lu Cachoeira pelo CEPASC, envolveu representações dessas comunidades, construindo o Projeto “Expressão de Cidadania Quilombola”, que concorreu ao Edital de Pontos de Cultura da Bahia, tendo como proponente o CECVI – Centro de Educação e Cultura do Vale do Iguape, organização não governamental, que há mais de 10 anos vem trabalhando com a valorização das expressões da cultura tradicional como ferramenta de educação, política e cidadania, contribuindo com a organização das comunidades, através da participação da juventude envolvida com a Companhia de Dança Afro do Vale do Iguape.


Tomando como base a execução do plano de trabalho, objeto do conveniamento entre o CECVI e SECULT – Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, a primeira meta a ser cumprida na implantação do projeto, será a aquisição de equipamentos para instalar uma plataforma digital na Comunidade do Caonge, integrada com o telecentro em São Tiago do Iguape, onde os agentes jovens serão formados e capacitados no desenvolvimento das ferramentas de software livre, para dominarem as técnicas de edição não linear de audiovisual, e tecnologias de informação e comunicação, como instrumentalização dos jovens estudantes e comunidade interessadas em ampliar os conhecimentos. Na seqüência da metas, será realizado um conjunto de atividades culturais interagindo com as atividades educacionais formais e informais, que contribuam para consolidar as estrategias de promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais da Bacia e Vale do Iguape.